Arena do Porão

- Entendo...- foi o que ele conseguiu dizer perante a explicação dela, ainda sentindo seus dedos gelados embaixo dos seus. Ouviu as palavras dela e, por um segundo, sua expressão foi cabisbaixa. Mas logo ele voltou a erguê-la e argumentou:

- Mas existe, Vi. Pelo menos pra mim. Em qualquer lugar que você esteja, pode ser o paraíso pra mim.

Ele pareceu preocupado quando ela disse sobre a sua alma estar inquieta. E segurou o rosto dela, vendo-a soltar a fumaça do cigarro.

- Não vou mais te preocupar. Vou fazer com que você se sinta em casa de novo. Pode ficar no meu quarto, ninguém precisa saber. E podemos vir aqui sempre. Como fazíamos antes.

E Tate a beijou também, mais uma vez. Com ferocidade, mordendo o lábio inferior dela, sentindo o gosto da fumaça de nicotina sobre sua língua.

- Estar contigo é o paraíso para mim. Por isso estou achando que agora estou nesse lugar que você acredita.

Ele parecia estar preocupado sobre como minha alma esta.

- Estando contigo já estou em casa Tate.

Senti arrepios com beijo dele. Solto o cigarro e piso logo em seguida.

-O que faz para se divertir aqui?.- digo olhando as coisas que tinham no local.-Quer dizer além das aulas!A propósito fez amigos?.

O vejo bufar enquanto o olhava de longe.

Ele sorriu diante das palavras dela, acariciando uma mecha de seu cabelo castanho-mel, enrolando-a nos dedos, assistindo-a pisotear o cigarro como se aquilo fosse a coisa mais interessante no mundo.
E talvez fosse, para ele. No mundo dele.

- Eu não tenho diversão aqui. Eu odeio esse lugar.- ele praticamente rosnou aquelas palavras.- Conheci pessoas. Mas nenhuma delas é meu amigo. Nem quero que sejam. Agora que você está aqui, só preciso disso. - ele disse, segurando a mão dela.

Ele não iria contar que andava se drogando mais que o normal. Ele não iria revelar que tinha assassinado três monitores de Bullworth. Ele não iria contar que estava pensando onde iria arranjar armas para repetir o mesmo massacre que tinha feito há quase um ano atrás. O fato era que Tate não se lembrava de matar aquelas pessoas todas... mas isso não significava que sua mente tinha mudado. Ele continuava odiando escolas e as pessoas nela. Ele continuava odiando quase tudo. O mundo ao seu redor e mais um pouco. Ele jamais iria contar à Violet que ele pretendia fazer tudo de novo, como se pela primeira vez.
Se bem que, agora que ela estava ali com ele... ele não precisaria fazer.
A escola estaria a salvo do monstro que Tate poderia ser enquanto Violet estivesse ali.

Não era espantoso ouvir ele falar que não tinha e nem queria amigos além de só ter a mim, afinal, ele é difícil. Sentir seu toque quente em minhas mãos me fazia de algum modo mais viva.

- Só preciso de você- disse calmamente.- Ei acha que algum dia irei embora?... que isso nunca pois acabaria em um desastre pior do que o... - ela não terminou pois não queria lembrar do que houve.- Quero ficar por muito tempo.

Me voltei a Tate e me enrolei em seus braços enquanto segurava suas mãos. Violet ficou pensando em como Tate ficaria se ela partisse, muitas maneiras e cada uma pior que a outra. O mundo pode parecer o mesmo porém para Violet era diferente, estar com Tate a deixava livre.
Se bem que de algum modo as lembranças ficaram e logo pensa em como conheceu Tate, e aquilo a deixava de algum modo feliz.

- Não, você não vai.- ele respondeu imediatamente.- Não vou deixar isso acontecer, Violet. Eu nunca vou deixar alguém nem algo te separar de mim de novo. Não precisa ter medo. Tudo bem.

Ele sentiu ela se enlaçar em seus braços e a apertou suavemente, beijando em meio aos seus cabelos.

- Estou aqui agora. Vou ficar com você. E nada mais importa. Mas...

Ele se inclinou... e a olhou no fundo de seus olhos.

- Me prometa que não vai fazer nada... ruim a si mesma de novo.

- Mesmo estando assim não vou prometo.- ela respondeu em tom calmo e convincente.- Fico agradecida de estar aqui.

Ao término fecho os olhos e fico rindo enquanto Tate não intendia o porque.

- Tate me lembrei do dia em que me pegou na hora que estava me cortando e me incentivou.-ela disse revirando os olhos.- Quando te vi me lembrei do dia em que tivemos o nosso primeiro encontro... a fogueira, as ondas e a brisa.- sorrio de longe.

Observo seu sorriso de longe e me ponho a acender um cigarro e soltar algumas fumaças.

Ele sorriu, diante das palavras dela. E a abraçou carinhosamente.
Até ouvir o que ela tinha a dizer a seguir. E, mesmo que Violet risse, ele apenas franziu o cenho.

- Eu ainda não conhecia você, então não me preocupava... mas gostava de ficar explorando sua casa escondido, então... - ele suspirou baixo... abrindo então um sorrisinho de canto.- No Halloween. Nunca vou esquecer daquilo. Eu ainda volto lá, quando posso. Desde que você se foi eu passei a ir naquela praia com mais frequência.

Ele não se importou realmente com o cigarro dela ou em sentir o cheiro da nicotina, a fumaça entrando em seus pulmões também, fazendo o papel que sempre fizera perto dela, sendo um fumante passivo. Tudo bem, na verdade.
Mas ele franziu o cenho.

- Fantasmas podem ter câncer no pulmão?- ele perguntou de forma inocente.

Ela revirou os olhos, olhou para um lado e depois se voltou a ele.

- Não Tate- disse com ar de riso, porém ficou séria.- Nunca vou me esquecer de quando deu um susto naquela garota lembra?... quando estava dopado... eu estava na sua frente me debatendo e gritando, porém como era de passagem ninguém me via então foi assim que consegui chegar aqui!..

Ela não contaria a Tate sobre o quanto sentiu medo em relação ao massacre, afinal, acha que pode controla-lo com sua presença.

-Você não sabe porque morri?.-disse em tom misterioso.- Tate acho que deveria saber já que me viu morrer!.

- Eu disse.- ele coçou a cabeça por dentro dos fios loiros.- Ela me acertou no saco e correu. Deve ter batido na parede ou algo assim, ainda não lembro. Sei que você diz ter visto algo quando assustei ela, mas... não tinha nada.

Ele inclinou a cabeça com a pergunta dela, franzindo o cenho.

- Mas eu sei. Você cometeu suicídio, Violet. Foi só uma questão boba a minha.

Ele voltou a acariciar os cabelos dela.

- Sinto muito que tenha tido que passar por isso...

- Depressão... isso me matou- disse cabisbaixa.- Tate eu te amo, não te deixarei nunca.-e o beijou lhe deixando sentir o gosto de nicotina.

De certo modo Violet estava aliviada por contar aquilo e mais viva por saber amar e ser amada.

- Parecia algo porém tive de dizer a ela que só tinha você.- ela riu baixo.- Devia ter acertado mais pro meio.- disse enquanto suspirava.

Ela riu enquanto ele ficava sério sobre o que tinha acabado de ouvir.

- Hey...- ele sussurrou.- Hey, eu sei disso. Eu não queria, Violet. Não podia ter deixado isso acontecer. Não fui motivo suficiente pra você continuar aqui... mas agora, eu prometo recompensar.

Ele a abraçou, sentindo o cheiro de seu cabelo. Parecia até que nada havia realmente mudado.


Mas aí ele a soltou, ouvindo o que ela disse a seguir. E quase arregalou os olhos.

- Devia ter acertado onde...?- ele disse, num tom surpreso e ao mesmo tempo brincalhão.

- Você sabe onde.- disse ela se sentando em seu colo e o beijando.- Não banque o espertinho comigo.

Após um longo beijo o abraça.

-Aqui está um tédio!.- diz e logo tapa os olhos dele e sai correndo.-Venha me procurar Tate.

Ele apenas riu, vendo que ela tinha percebido a brincadeira. Quis segurá-la ali, em seu colo, dando um beijo um tanto mais intenso, mordendo o lábio inferior dela.
Mas viu-a correr depois de manter seus olhos fechados por alguns segundos. Ele se virou, e a luz do porão apagou. Apenas a música continuou tocando, já que o tocador de fitas não precisava exatamente de energia. Aquele apagão deveria ter sido obra de Violet, Tate pensou.

- Você já quer brincar?- ele indagou, rindo brevemente, embora aquilo não fosse visto na escuridão. E ele foi tateando as coisas, entrando nos cantos, buscando por ela.- Legal.

Quando finalmente ouve o apagão pude ouvir Tate falar algo e logo mudei minha posição voltando onde estava e logo fiquei um tempo ali para que ele pudesse não me achar.

-Merda!.- ela diz ao esbarrar em algo e logo acendeu a luz e Tate estava em sua frente, o que resultou em um grande susto.-Não tem outro jeito de aparecer?...quer me matar novamente?.

Embora tenha dado um sorriso maroto peguei seus braços e os entrelacei na minha cintura.

-Não vai me recompensar?.- ela dizia pondo uma mecha de cabelo atras da orelha.-Você prometeu!.

Seus dedos passearam pelos lábios dele e em seguida pode sentir as respirações se juntando.

Ele sentiu algo se aproximar em sua direção, e logo deduziu o que poderia ser. Ao ouvir ela xingar, teve certeza, divisando o rosto dela quando a escuridão se dissipou.

- Surpresa.- ele declarou, sorrindo.- Nem pensar. Nem sendo um fantasma você pode se esconder de mim.

Viu quando ela mesma se envolveu usando de seus braços. E,quando o dedo dela passou por seus lábios, ele apenas sentiu... e mordeu a ponta do indicador dela levemente. Tate inclinou a cabeça, sentindo a respiração dela esquentar seu rosto e vice-versa.

- Nem dos meus toques.- ele completou, num sussurro.- Claro que vou recompensar você. Não precisa nem pedir. Apenas ronronar como uma gatinha.

Ele a beijou. Um beijo forte, segurando-a pela cintura e prensando-a contra a parede do porão. Manteve-a ali, beijando-a intensamente, brincando com a língua dela dentro da boca, acariciando suas costas por cima da roupa.

Ser beijada por Tate era uma sensação de vício. Retribui seus beijos com mordidas. Entrei num estado de arrepios e tirei a camisa de Tate.

-Você é meu vício Tate.- ela disse o puxando novamente para um beijo intenso e longo.-Você é mundo!.

Parti o beijo e o levei para a escada e o pus sentado para que enfim pudesse me sentar no colo dele.

- Me faça ronronar Tate.- ela disse olhando no fundo dos olhos dele.

Ele continuou beijando ela mesmo que sua respiração estivesse falhando. E, quando se deu conta, seu suéter estava ao chão e, já na escada, seu corpo encostava no dela, colava, seu peito desprovido de camisa encostando nela, sentindo-a sobre seu colo.

- A boa é que não ando tomando mais remédios daqueles.

Tate apenas sorriu quando ela pediu aquilo. E aproximou o rosto, beijando-a e mordendo sua língua, para logo depois escorregar os beijos por seu queixo e por seu pescoço, parando ali para mordiscá-lo e sugá-lo, enquanto tirava o típico casaco crochê que ela usava por cima do vestido.

Aqueles toques e beijos a faziam se sentir mais viva do que nunca. Era estranho para ela, afina, esta morta.

- Ótimo!... eu lembro do que você disse sobre os remédios a meu pai. -falou ela rindo.  

Violet lhe beijou com fervor. De modo estranho sentia que estava perdendo o poder sobre seu corpo e suas vontades..

Ele riu entre um beijo e outro, e disse num sussurro ao ouvido dela.
- Apesar de dizer pro seu pai, não tem mais ninguém que saiba dos meus segredos mais íntimos além de você.

Tate mordiscou o lóbulo da orelha dela, apertando os ombros frágeis da garota, procurando quase desesperadamente com os dedos o zíper embutido nas costas do vestido dela. E, quando finalmente o encontrou, brincou com ela. Segurou-o, fazendo menção de abaixá-lo, apenas para provocá-la, enquanto sua boca pousava mais uma vez no pescoço dela e sua língua fazia caminhos pela nunca de Violet.
E então, ele finalmente abaixou o zíper. E beijou os lábios da garota fortemente. Tanto que ele acabou derrubando-a de modo suave, e Tate ficou por cima dela, entre suas pernas, mordendo o lábio dela a ponto de deixá-lo marcado.

Sorri ao ouvir o que e havia dito sobre ser a unica a saber dos segredos mais íntimos.

Sentiu arrepios ao sentir seus lábios serem mordidos. Decidiu então trocar a posição ficando por cima dele e começou a beijar seu pescoço e subindo para a orelha e enfim sua boca.

-Não é só nisso que sou a única... sou só sua Tate!.- disse enquanto mordiscava os lábios dele.-Ei você quase marcou meus lábios, esta com fome?.-perguntou e o viu sorrir de um jeito que lhe deixava arrepiada.

Ele sorriu quando ela se colocou acima de si. Tate fitou o teto de uma forma distante, sem foco, a concentração inteira nos beijos dela, na respiração dela em seu ouvido. Aquilo o fez sentir uma leve agitação pulsante na região do baixo ventre que ele pode jurar não ter nada a ver com efeito de drogas.
Sentiu seu lábio ser mordido, e suas mãos escorregaram pelo corpo de Violet até que pudesse segurar sua nuca por debaixo de seus cabelos. Encostou o nariz no dela, roçou seus lábios, olhando-a fixamente, sorrindo... e então ele disse, num sussurro baixo e calmo:

- Não pergunte se já sabe a resposta. Você é mais esperta que isso... sabe exatamente do que eu estou com fome.

Ele mordeu o indicador dela quando este passou por sua boca e arqueou as costas dos degraus da escada.
Ele não disse realmente algo. Apenas avançou. Avançou no busto dela, envolvendo-a pela cintura com uma das mãos enquanto a outra agora pousava sobre um de seus seios. Eles já tinham feito isso antes, então Violet sabia bem do que Tate era capaz.
Ele mordiscou o pescoço dela, a seguir o ombro, e ele próprio afrouxou os botões do jeans que usava.