Assunto: Re: Observatório Sáb Jan 24, 2015 9:00 pm
Jonh sorriu de modo doce: -Vai ajudar sim... Se você quiser. O médico se levantou e teve a delicadeza de abrir a porta para ele: -Até semana que vem, Tate. Se cuide, viu?
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sáb Jan 24, 2015 9:14 pm
- Pegarei a receita do remédio na recepção, então...
Diante da porta, Tate visou Jonh com o canto dos olhos. De alguma forma, o psiquiatra pode saber que seu último conselho seria em vão...
- Melhor dizer isso pras pessoas que estão comigo, certo?.- foi o que ele disse, profundo e direto, antes de sair, deixando o prédio alguns minutos depois de receber de uma atendente a receitá prescrita médica.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 10:58 am
Quando Tate voltava para a academia, ao passar pelo estacionamento, pode ouvir uma discussão bastante acalorada... E uma das vozes ele conhecia bem... -Sua putinha... Eu não sei como fez para aquele maldito psicólogo tirá-la daquele hospício... Mas pode ter certeza que você voltará para lá em breve... -Eu não sou louca... Você é. Você é que deveria ir para lá... O som de um tapa se ouviu, junto com um soluço meio contido...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 11:57 am
O Langdon olhava cuidadosamente a receita médica, o cenho franzido, como se ele não fosse muito com a cara dos remédios que em breve teria que tomar... Até que ele ouviu. Ele ouviu bem aquela voz, e quase teve a impressão de que estava-o chamando. Mas era numa discussão próxima, com outro alguém. De qualquer forma, foi imediato quando Tate guardou o papel num dos bolsos, e se esgueirou pelas árvores, e depois pelos carros parados no estacionamento, até chegar por trás do indivíduo que até então era desconhecido para ele, mas que ele já poderia dá-lo um passe livre pro inferno. Arya estava na frente, o rosto dela estava vermelho, ele viu. E ela também viu quando Tate se aproximava por trás do rapaz, de forma que o loiro pôs um dedo sobre os lábios, num típico pedido silencioso. E o loiro agarrou o rapaz pelo pescoço, fechando os cotovelos em torno da cabeça do outro como num perfeito golpe de laço e o arrastou, arrastou para trás, sentiu as costas encostarem contra um carro, e foi ali em cima que ele jogou o rapaz antes preso sobre suas mãos. Com as costas do rapaz sobre o capô do carro, Tate o agarrou pela gola da camisa, e o olhou no fundo dos olhos.
- E você, é melhor que você volte pro chiqueiro de onde veio, seu porco imundo. Você fez coisas aqui que não deveria ter feito, playboyzinho... talvez você tenha que pagar da mesma forma...
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 1:03 pm
Arya arregalou os olhos ao ver Tata, mas não teve tempo de coisa alguma, pois o psicopata agarrara Ezio e o arrastara como um saco de batatas... Talvez o irmão de Arya não tivesse acostumado a se ver na situação inversa, pois ele encarou Tate com seus olhos azuis tão similares ao da irmã, completamente apavorado: -Tire as mãos de mim, seu delinquente. Você sabe quem eu sou? -Tate... -a voz de Arya soou meia fraca- Solta ele...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 1:17 pm
- Eu não dou a mínima pra quem você é ou deixa de ser.- ele apertou mais a gola de Ezio, praticamente sufocando o rapaz no ato, e assim permaneceu.- Você deve ser muito covarde pra conseguir bater em alguém do seu tamanho, seu puto.
Mas aí ele ouviu a voz de Arya. Pedindo. Tate não entendeu. Ele parou de falar de repente e, embora não tenha afrouxado o aperto contra Ezio, ele olhou a garota machucada por cima dos ombros.
- O quê? Ele te bateu, Arya. Ele precisa pagar por isso, tem que mostrar pra ele ou nunca vai parar de te encher. O que ele é seu?
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 2:04 pm
Arya pigarreou. Um filete de sangue escorria do canto de seu lábio. -Ele é meu irmão. -ela respondeu simplesmente, enquanto Ezio começava a ficar meio roxo- Sério, deixe-o ir. Havia um pedido silencioso ali, uma pequena mensagem subliminar de "te explico depois"
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 2:16 pm
Ele piscou uma, duas vezes... E depois se voltou ao rapaz, cujo ele podia sentir as tentativas falhas de respirar abaixo de seus dedos, e sussurrou num tom ameaçador:
- Eu só não mato você, por ela...
E então ele soltou-o de vez, afastando-se de seu corpo estatelado no capô do carro, e se pôs ao lado de Arya, olhando-a de soslaio.
- Você está bem? Está sangrando.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 2:23 pm
Ezio levantou rapidamente, ajeitando o terno de linho importado, e apontou um dedo para Tate, com o rosto vermelho de raiva: -Vai pagar muito caro por essa afronta, moleque... -ele dirigiu a Arya um olhar homicida- E você também. Na próxima, não terá ninguém para te defender... Com essas palavras, ele deixou o lugar... E Arya limpou o sangue que escorria da boca, enfiando as mãos nos bolsos depois. -Você não devia mesmo ter feito isso...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 2:28 pm
- É melhor você correr enquanto eu estou dando a chance, seu puto estúpido.- Tate rosnou aquilo, vendo então o outro finalmente se afastar.- Então eu devia deixar você apanhar? Ele não ia parar com aquele tapa, Arya. Seu irmão ou não, como você pode aceitar isso? Fale.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 2:53 pm
-Eu sei que ele não ia parar... Ele nunca para. Mas da última vez que tentei me defender, ele me mandou para o sanatório. O que acha que ele fará agora...? Arya cobriu a cabeça com o capuz, escondendo o rosto vermelho, e respondeu a última pergunta dele com um ara infeliz. -Porque eu não sou igual a ele.
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 3:18 pm
- Jonh te tirou de lá, não foi?- ele coçou a nuca, ainda olhando ela de forma inclinada.- Eu estou voltando de uma consulta com ele agora mesmo... e ele não vai fazer nada. Eu vi o que aconteceu. Ele ser o que for, mas não vai trancar você em canto nenhum.
Ele foi para a frente dela, os olhos ainda focados no corte em seu lábio inferior. E então ele tocou bem ali, superficialmente para que não doesse.
- Não é ser igual a ele, um babaca. É mostrar o seu valor. Isso é o que você ganha quando se reprime... acho que você precisa de um curativo.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 3:27 pm
-Você não conhece o Ezio... Ele vai dar um jeito. E sei que não vai ser boa coisa. Ela se encolheu quando ele tocou em seu lábio machucado, parecendo um bichinho acuado. -Eu não tenho valor nenhum a mostrar... E não tenho como entrar em uma briga que vou perder. Arya começou a andar em direção a saída. -Eu já estive pior. Isso é só um arranhão...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 08, 2015 3:35 pm
- Ele não me conhece também.- ele rebateu.- Eu só não podia deixar ele te bater até cansar... E, em seguida, Tate viu-a se afastar... Talvez, tenha sido a primeira vez que Tate não a puxara pelo braço, ou gritara por sua atenção. - Arya.- ele apenas chamou.- Eu te faço raiva?
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Seg Fev 09, 2015 4:12 pm
Ela parou, e por um instante o silêncio se fez, até que ela virou o pescoço para encarar Tate por baixo do capuz... -Muita... Você nem imagina o quanto. -apesar das palavras sinceras e duras, havia um meio sorriso em seus lábios- Entretanto, obrigada por hoje...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Seg Fev 09, 2015 7:57 pm
O sorriso dela fez com que sorrisse também... mesmo que fraco, mesmo que meio raro, ele demonstrou aquilo sem muita dificuldade, impulsionado pelo agradecimento dela. Teve a certeza de que não fizera algo de todo ruim, então. Num abaixo de olhar breve, ainda mantendo o sorriso, Arya pode entender que era seu jeito silencioso de dizer "isso não foi nada" ou talvez um "eu fico feliz em ter ajudado." O olhar dele não pedia retribuição disso. Era apenas focado nela. Um olhar meio promissor. Mesmo assim, ele fez um barulho de "hã" um tanto demorado, talvez escolhendo as palavras a seguir.
- Bem... eu vou começar a tomar uns remédios e... acho que as coisas vão melhorar, sabe? O seu psiquiatra, ele me ajudou, eu gostei dele. Acho que, alguma hora, eu vou parar de te fazer raiva. Eu prometo isso.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Qui Fev 12, 2015 5:38 pm
Ela inclinou a cabeça, como se tentasse entender as palavras dele, como se fosse algo difícil para decifrar... E então ela deu uma resposta tão inesperada que talvez o sobressaltasse: -Violet vai gostar de saber que você está se tratando... Talvez releve até mesmo o fato de você ter dormido com a mãe dela... Deveria se preocupar em não fazê-la sofrer, ao invés de ficar ocupado em não me fazer querer ter vontade de te matar...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Qui Fev 12, 2015 8:57 pm
Ele de fato se mostrou um pouco surpreso com a resposta dela... e se sentiu inseguro quando ela tocou no assunto sobre "dormir com a mãe de Violet". Tate teria ficado completamente atordoado se realmente suspeitasse de alguém por perto. Ninguém poderia ouvir aquilo. Muito menos Violet. Na verdade, ele queria que Arya também não soubesse...
- Eu...- ele engasgou, ainda diante do susto e do assunto, mas logo se recompôs.- Mas me importo com você também. Vou melhorar por Violet, ela vai ficar contente com isso, você tem razão. Mas eu vou melhorar por você também. Você é importante pra mim, Arya. Eu não quero continuar fazendo você sofrer também... isso... isso não é certo. Isso me faz sentir mal. Eu vou consertar. Pode me dar essa chance?
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 6:16 pm
Arya mordeu o lábio inferior, o que doeu um pouco, já que ele estava machucado, e se virou completamente para Tate... E o silêncio reinou uma vez mais, profundo, opressor, como a calmaria que anuncia uma tempestade... E, quando Arya falou novamente, foi para colocar todas as cartas na mesa: -Quando eu o conheci, você era um homem morto. Você e Violet. Dois espíritos perturbados bagunçando o mundo dos vivos e transformando minha vida num inferno... Mesmo assim, eu amei você. De uma forma insana, mas amei. E abdiquei disso para que você pudesse ter uma segunda chance, e também a garota que você amava e havia se matado... A garota suspirou, ajeitando o capuz sobre a cabeça. -Mas você só faz merda... Não importa quantas chances lhe forem dadas, ou quantas vidas você viva, você nunca mudará. Por ninguém. E também não ligo se não acreditar no que eu acabei de dizer. Não será o único a achar que sou louca.
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 6:44 pm
- Nós éramos o quê?- a pergunta foi retórica, mas ele não pode evitar a expressão completamente confusa. Mesmo que Arya quisesse mostrá-lo a verdade, receber a notícia de que estivera morto e aquela menina à sua frente lhe dera uma segunda chance na vida não era nada fácil, nem para alguém como Tate. Ainda mais saber que ela o amara. Mas pusera isso de lado ao dar a Violet uma segunda chance de vida... também...?
- Eu sabia que era você.- foi o que ele disse, puro e seco.- Eu sabia. Você mentiu pra mim naquela noite, mas eu sabia que era você... naquele dia, eu pretendia me matar depois de fazer meu padrasto queimar, e então explodir algumas cabeças na escola. Mas você apareceu, do nada, me beijou e disse para que eu não fizesse isso. Eu te procurei por muito tempo...
O olhar dele focou o chão por um segundo, perdido em pensamentos.
- Eu continuaria vivo...? Um espírito... que arruinaria sua vida? E você me conheceu assim? Morto?
O olhar dele se focou nela novamente. Ele não parecia tão abismado... apenas surpreso. Não confuso.
- Eu sei que você não é louca. Eu sei o que é isso. Eu vejo espíritos. Eu falo com eles. Na minha casa, quando vou para lá nos finais de semana. Eu sei deles desde pequeno... eu sei todos os segredos. Eles estão presos lá. Eu gostaria de ficar com eles, por isso queria morrer em casa... mas eu conseguiria sair? A minha mãe deve estar metida nisso... não é?
Com um suspiro, ele se aproximou de Arya. Apenas se aproximou, sem a tocar, apenas olhando-a lá no fundo dos olhos azuis, mais de perto.
- Talvez eu não possa mudar, mas melhorar... você ainda acredita em mim, não acredita? Se não, não teria me dado a chance com o seu psiquiatra.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 7:21 pm
-Não tem como ficar explicando esse tipo de coisa. -ela retrucou, numa clara atitude de quem põe fim ao assunto- E nem quero ficar relembrando essas coisas. Me faz mal. Você me faz mal. A menina sustentou o olhar dele longamente... E Tate pode ver a tristeza que ela carregava naquelas duas poças azuis... Ele pode ter certeza de que ela jamais o deixaria desamparado, mesmo quando ela negou tudo isso dizendo: -Eu deixei de acreditar a muito tempo... Mas talvez Jonh possa de fato te mostrar um caminho melhor. Porque eu já desisti de tentar.
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 7:48 pm
- Não mais.- ele a interrompeu.- Não te farei mais mal, eu vou melhorar, eu sei que você acredita em mim, posso ver isso nos seus olhos, Arya.
Ele suspirou fundo... As coisas ainda estava confusas. Sentia que mais tarde precisaria, infelizmente, de uma conversa séria com sua mãe, a respeito do que Arya estava lhe falando. Constance também sabia sobre os fantasmas. E Tate sabia que ela tinha... contatos peculiares.
- Eu vou tomar os remédios, e ele vai me ajudar, assim como te ajudou. Vou melhorar, por você e por Violet.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 8:00 pm
-PARA DE FALAR O NOME DELA!!! O grito de Arya ecoou pelo estacionamento, enquanto seus olhos enchiam de água. -Na moral? Quero que vocês se fodam... Você, Violet, a puta da sua mãe, todos vocês. -ela arrancou os óculos e trincou os dentes, antes de dizer- Eu não te quero por perto. Eu não vou ser sua amiga. Me deixe em paz a partir de hoje... Ela deu-lhe as costas, e logo o seu passo rápido se converteu em uma corrida, que a levou até seu quarto no dormitório feminino. E lá ela se jogou na cama e ficou, por longas horas, até que o sono finalmente a venceu...
Tate Langdon Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Sex Fev 13, 2015 10:12 pm
Ele quase se assustou com o grito dela. Mas, sequer teve tempo de falar algo, e a menina simplesmente correu para longe, deixando-o para trás. Ele não soube exatamente o que pensar sobre aquilo, de primeira. Talvez estivesse abalado pelas palavras dela, mas alguma coisa que ainda permaneceu nos olhos de Arya mesmo quando a garota retirou os óculos, fez Tate não ir atrás... Foi comprar os remédios.
O que nenhum deles sabia, entretanto, era que alguém observava e ouvia aquela conversa por trás de um dos carros... Alguém tão loira quanto Tate, de traços velhos escondidos de maquiagem. E que não se sentiu nada bem quando ouvira que o filho tinha dormido com a mãe da garota que ela chamava de "vadiazinha".
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Mais tarde, foi ela quem apareceu no quarto de Tate, em Bullworth. A música na voz de Kurt tocava alto, e aquele som pesado de guitarras que a deixavam perturbada. Mas ela reconhecia aqueles barulhos infernais... Era sempre a mesma música. Sempre. Sempre que Tate tinha uma conversa frenética com Arya, Constance sabia bem que o filho sempre escutava a mesma música o resto do dia. Era como um ritual, onde ele buscasse entender, onde ele buscasse sentir tudo o que verdadeiramente pensava. Talvez, mesmo que Tate não quisesse ou discordasse completamente, Constance fosse a pessoa que entendesse como ele funcionava. O filho, ela logo viu, estava deitado na cama, os cabelos loiros estavam molhados e umedeciam a fronha do travesseiro, o que indicava que ele deveria ter acabado de sair de um banho. Ele estava encolhido, deitado de lado, vestido seus suéteres de lã e seus jeans rasgados. Os olhos estavam focados em canto nenhum, mas, mesmo assim, sequer piscavam. Nas mãos, estendidas pela cama, ele tinha algo... um estilante com a lâmina afiada à mostra, e aos poucos ele foi aproximando-a do pulso esquerdo, pressionou-a contra pele, fez um furo sangrento, e depois ele trincou os dentes, não de dor, mas de raiva, e colocaria mais força e rasgaria tudo em vertical, não fosse sua Constance pigarrear, e ele imediatamente olhar, escondendo o estilete para dentro das mangas cumpridas do suéter, e também puxando a outra manga por cima da tira grossa e violenta de sangue que se formava em seu pulso esquerdo.
- Querido...- ela chamou, fingindo não perceber, embora não fosse exatamente boa em controlar o olhar, que estava diretamente no pulso que ele escondera.- Você está bem?
- Que merda você faz aqui, Constance?- foi a resposta dele. Como sempre costumava ser.
- Eu apenas queria ver você. Ver se está melhor, querido. Saber como foi a consulta.
- Existe algo chamado "sigilo", e os psicólogos assinam isso para que não contem nada que seus pacientes não autorizarem. Eu também não vou contar nada a você. E existe algo chamado porta, que você podia enfiar essa sua maldita mão e bater antes de entrar. Aqui não é a sua merda de casa com fantasmas.
- Você não fazia isso desde seus seis anos de idade.- ela o cortou, e jogou a bolsa numa cadeira, por cima dos livros de escola dele, rabiscados nas capas com um "X" e palavras como "suck my dick"(chupe meu p*u). E, antes que ele pudesse xingá-la e mandá-la embora como já deduzia que faria, ela começou a falar:- É por causa da menina? A que parece albina.
- O que você sabe sobre isso?- Tate franziu o cenho, o olhar ameaçador, sentando-se na cama num rompante.
- PELO AMOR DE DEUS, TATE!- Constance gritou, e então ela trancou a porta do quarto. Se alguém tivesse ouvido, ao menos não conseguiria entrar. Mas ela achava bem difícil que alguém quisesse ajudar o loiro drogado e estranho da escola... - O que tem de errado com você?- ela rosnou aquelas palavras, se aproximando dele.- Eu passei o dia inteiro tentando entender... tentando não acreditar, mas é verdade. Você estuprou aquela mãe.
- Você nos ouviu... não foi?- Tate, agora, parecia pasmo.
- Eu não vou aceitar. Eu não vou aceitar que aquela família dos infernos fique com o meu neto.
- As coisas mudaram, mãe! Estou apaixonado por Violet. Eu não posso mais tirar o irmão dela... não posso levá-lo para longe dela.
- Apaixonado?- Constance riu, riu nervosamente.- Apaixonado... sabe, querido, não quer que eu o trate como uma criança, mas você nunca deixou de ser ingênuo... um homem sábio disse uma vez que, "se você acha que está apaixonado por duas pessoas, escolha a segunda. Pois, se a primeira fosse realmente a certa, não haveria uma segunda opção"...
Tate engoliu em seco. Seus olhos. Eles começavam a marejar. Assim como os da mãe.
- Soou familiar, não?- ela indagou, olhando no fundo dos olhos dele.- Pois bem... você sabe exatamente o que fazer. Não vou atrapalhar seu caminho, querido... mas não quero que permaneça no medo de largá-la só porque acha que vai ficar sozinho e sem forças. E, Tate...- ela o interrompeu quando viu que ele iria protestar.- Saiba bem: se você não se afastar da sua amada a quem você chifrou com a própria mãe... eu farei questão de afastá-la de você.
Ela tremeu ao dizer. Constance sempre tratara o filho como uma eterna criança. Com cuidados e mimos, embora nunca fossem exatamente corretos. E confrontá-lo daquela forma doeu muito nela... Então, ela daria a ele um conforto. Jogou-o um saquinho plástico que retirara de dentro do decote, com um pó branco dentro.
- Você sabe o que tem que fazer, querido. A propósito... você deixou isso em casa.- ela tocou o queixo dele, o queixo de um Tate paralisado. E sorriu... mais para confortá-lo do quê para si mesma. Entretanto, ela deu as costas, ajeitou o vestido feio de estampa, pegou sua bolsa e saiu do quarto.
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A semana passou rápido. Tate parecia mais próximo de Violet que o habitual, e parecia gradativamente menos violento nas aulas, sem que respondesse aos professores ou os confrontasse como sempre fazia. Contudo, de repente, aquilo cessou: o contato dele com Violet. A menina começou a faltar aulas, e Tate não parecia ir atrás de procurá-la. Ela estava chateada com alguma coisa, brigada com ele, era o que diziam - não que alguém realmente se interessasse por aqueles dois, mas adoravam fofocar coisas sobre eles, afinal, eram o casal estranho da escola. Naquele dia, na noite daquela sexta-feira, mais de duas horas da madrugada, quando Arya estava em seu quarto, ela apenas pode ouvir a janela sendo aberta por fora. Tate estava pulando ali dentro, como um ladrão invadindo uma casa - a diferença é que ele esperava sim ser notado por ela, para que não causasse de fato um pânico. Dentro do quarto, ele a procurou com o olhar.
Arya White Aluno(a)
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Assunto: Re: Observatório Dom Fev 15, 2015 4:17 pm
Duas da manhã... Insonia maldita. As Hqs do Xmen não a distraiam mais... Os jogos on line a entediavam. Ser uma boa nerd havia se tornado bem difícil nos últimos tempos... Mas, quando parecia que o sono estava chegando, finalmente, uma barulho na janela se fez ouvir... E no segundo seguinte Arya estava com o canivete na mão. E teria atacado o invasor se não tivesse reconhecido aqueles cabelos desgrenhados na tênue luz lunar que entrava pela janela. -Tate? -ela enfiou o dedo no interruptor, acendendo a luz e confirmando a identidade do recém chegado- Mas que diabos você quer aqui?